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Saiba quais são os cuidados no descarte de medicamentos vencidos

Segundo especialistas, esses produtos são capazes de colocar em risco as pessoas e o meio ambiente


Poucos sabem qual é o destino de um medicamento inutilizado. Na hora de jogar fora, o destino de muitos deles é a lixeira ou o vaso sanitário. Uma prática feita por grande parte da população, porém, errada. O descarte inadequado de remédios pode trazer danos ao meio ambiente, segundo especialistas. Outro perigo é o uso incorreto desses produtos por quem coletá-los. Para ajudar na conscientização da população, uma campanha da Universidade Católica de Brasília (UCB) orienta a fazer o descarte da maneira correta.

Destino: Lixo!

A salgadeira Iranilma Silva de Melo, 44 anos, leva os medicamentos que sobram ou que até mesmo se aproximam do fim do prazo de validade para uma farmácia perto de casa. Um dos filhos da moradora do Cruzeiro é deficiente; por isso, há uso constante de remédios. “Na farmácia, eles fazem o descarte correto. Antes, eu não sabia como proceder. O destino acabava sendo o lixo”, contou.


Mesmo fazendo pouco uso de remédios, a dona de casa Maria de Lourdes Moraes, 75, pede ao médico a medida certa de comprimidos para não sobrar nada. “Nunca joguei fora no vaso sanitário, mas, se o medicamento está vencendo, eu jogo no lixo mesmo”, admitiu. O barbeiro Ladson Luz de Jesus, 41, faz o mesmo: “Graças a Deus, uso pouco medicamento e, nas vezes em que usei, foi na medida exata, sem precisar descartar. Mas, se tivesse a necessidade, jogaria no lixo mesmo”.


A intenção é também fazer parcerias com outros estabelecimentos de ensino e com o Conselho Regional de Farmácia. A especialista alerta que é errado jogar remédio no lixo comum. “Esse medicamento não terá nenhum cuidado e será colocado no mesmo tipo de aterro dos demais dejetos. Corre risco de alguém que faz o manuseamento do lixo fazer o consumo inadequado do medicamento”, alerta. Além disso, as consequências do descarte incorreto deixam em risco o meio ambiente, segundo Samara. “Com a degradação, esse produto pode ir para o solo e para os rios. Isso ocorre também quando se joga o restante dos medicamentos na pia ou no vaso sanitário. O problema é que isso retorne para a natureza ou para o homem.”


O Conselho Regional de Farmácia do DF reforçou, em nota, que o armazenamento de medicamentos em casa aumenta o risco de intoxicação pelo uso indevido — cerca de 28% dos casos no Brasil são por remédios. “As pessoas que manejam esses resíduos sem proteção, como catadores nos lixões, também são suscetíveis a eventos adversos e a intoxicações caso achem o medicamento e o consumam”, destacou o texto.


Legislação

O DF conta com uma legislação que garante o descarte correto de medicamentos. A Lei nº 5.092/2013 obriga as farmácias e drogarias receberem do consumidor os remédios vencidos. Fica a critério do comerciante fazer a logística de armazenamento para envio dos produtos ao fabricante. Mesmo assim, ainda há falhas nesse procedimento, segundo Samara Haddad, da UCB. “Algumas pessoas que nos procuraram disseram que algumas drogarias não aceitaram os produtos. A nossa campanha também tem esse objetivo de levantar a consciência dos comerciantes”, comentou.


A Secretaria de Saúde detalhou, em nota, que “tem buscado organizar os serviços para que haja a destinação correta de medicamentos oriundos da comunidade, por meio dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos nos serviços de saúde”. De acordo com o órgão, os remédios vencidos também podem ser entregues nas unidades de saúde. Além disso, todo material cortante ou pontiagudo (como seringas com agulhas) deve ser colocado em uma caixa de papelão lacrada e identificada para ser entregue na Unidade Básica de Saúde. O descarte correto dos resíduos químicos das unidades de saúde é feito por empresa especializada, contratada pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU).


Com relação à fiscalização em farmácias, a Secretaria de Saúde especificou que a Diretoria de Vigilância Sanitária realiza, de forma permanente, ações programadas em drogarias e em estabelecimentos assistenciais de saúde.


Fonte: Correio Braziliense.

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