top of page

O Desafio do ‘Resíduo Zero’

Foto do escritor: ResiduoAllResiduoAll

Atualizado: 21 de jan.

Nos últimos anos, a crescente preocupação global com o meio ambiente e a preservação do planeta tem sido intensificada pelas mudanças climáticas. Esse tema vai além da comunidade científica, que continua apresentando dados cada vez mais consistentes sobre o aquecimento global e seus riscos. Quem acompanha as notícias também percebe a frequência crescente de eventos climáticos extremos, como a forte chuva que causou destruição e perdas de vidas no litoral norte de São Paulo, em fevereiro. Nesse cenário, a Organização das Nações Unidas (ONU) celebrou, pela primeira vez em 2024, o Dia Internacional do Resíduo Zero em 30 de março.


O destino do lixo tem grande impacto no efeito estufa, e os números globais de resíduos são alarmantes. A humanidade produz mais de 2 bilhões de toneladas de lixo sólido por ano, sendo que pelo menos 33% desse total não recebe o tratamento adequado, como alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres. Esse volume é equivalente a um caminhão de plástico sendo despejado nos oceanos a cada minuto, uma imagem impactante que levou Guterres a afirmar: “A humanidade está tratando nosso planeta como um depósito de lixo.”

É fundamental entender que tudo o que é descartado permanece na Terra, o que reforça a necessidade de reduzir a produção de resíduos, aumentar a reciclagem e garantir que o que não pode ser reaproveitado tenha um destino ambientalmente seguro. Isso exige ações em diversas frentes: desde mudanças no comportamento individual até a implementação de políticas públicas eficazes e o engajamento dos agentes econômicos em todas as etapas da cadeia produtiva.


Guterres também destacou o desperdício de alimentos como uma questão importante. Segundo a ONU, cerca de 14% dos alimentos produzidos são perdidos antes de chegarem aos supermercados, e essa perda continua até chegarem à mesa do consumidor. Isso já seria inaceitável, especialmente diante do número de pessoas que passam fome no mundo. Contudo, com o aquecimento global, a situação se torna ainda mais grave, pois "10% de todas as emissões globais de gases de efeito estufa vêm do cultivo, armazenamento e transporte de alimentos que jamais serão consumidos", lamentou Guterres.

O debate sobre o lixo envolve mudanças nos hábitos de consumo, novas estratégias de produção e circulação de bens, além da capacidade do governo de implementar políticas públicas que otimizem o uso de recursos e reduzam perdas. Esse é um tema que afeta a vida de cada indivíduo, o funcionamento da economia e a gestão pública, representando um desafio complexo que exige ação urgente.


No Brasil, a geração de lixo atingiu 81 milhões de toneladas no último ano, com 39% desse volume sem o devido destino adequado, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Apesar dos avanços da última década, o país ainda está atrasado nessa questão e precisa agir mais, começando pelo fim dos lixões e aterros e promovendo a reciclagem. A gestão de resíduos sólidos não pode mais ser tratada apenas como uma boa intenção, mas como uma necessidade urgente e vital para o futuro do planeta.

2 visualizações
bottom of page